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O efeito mágico

O efeito mágico
04 de Maio de 2022   |  

                        No último texto, comentamos sobre os efeitos mágicos e suas classificações, a lista de Dariel Fitzkee e a importância de entende-la. Para além de compreender a classificação, entender o que é, e como ocorre uma “mágica”, entender o caminho do efeito, é parte fundamental para melhorar sua percepção na hora de executar uma rotina. Você tem ciência do que acontece para que o espectador ache aquele conjunto de ações algo mágico? O texto de hoje traz alguns questionamentos sobre o assunto.


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                        Esse texto será o primeiro de uma série de três postagens aqui no blog, onde iremos abordar o assunto “efeito mágico”. A ideia de trazer tal tema, me ocorreu ao fazer a leitura do livro “A Tentativa do Impossível” do grande Ricardo Harada. É a segunda vez que leio está obra, talvez a primeira possa ter sido rápida demais e então resolvi recorrer a uma segunda leitura para aproveitar ao máximo tudo que tem neste livro. Se você ainda não leu, tire um tempo para contemplar essas páginas que, a meu ver, é o melhor livro de teoria mágica e história já escrito em nosso país.


 


                        O livro tem um ótimo capítulo para tratar do efeito mágico, vamos utiliza-lo como referência, e mais algumas outras obras em conjunto para complementar. A primeira parte de todo efeito, seja ele cartomagia ou mágica de palco, é a “fase expositiva” e é sobre ela que vamos tratar nesse primeiro texto.


 


“Todo efeito mágico supõe o contraste entre dois pontos: uma situação inicial e uma situação final. Convém que estas duas situações estejam bem contrastadas, que se note como estava antes e como ficou depois.” - Arturo de Ascanio.


 


                        Tomando como base esta frase de Ascanio, é de suma importância que a fase expositiva seja amplamente entendida pelos espectadores. Ora, como será possível contrapor o antes e depois, averiguar se algo ocorreu entre o ponto A e o ponto B, se por ventura existir confusão na demonstração daquilo que se propõe em A? Dai Vernon já nos traz a resposta clara, “confusion is not magic”.


 


                        Este primeiro ponto, a fase expositiva, não é onde ocorre a mágica, mas sim onde se prepara o terreno para que no momento em que ela ocorra, fique claro e nítido que algo aconteceu. Já viu aqueles efeitos que parecem que nada se desenrola? Ou quando por azar, executamos um change com duas cartas gêmeas? Entende que se não estiver nítido de onde saímos, pode parecer que não fomos para lugar algum? Pois, é ai que entra a atenção que devemos dar na fase expositiva.


 


                        Como Harada traz uma referência de Darwin Ortiz, aqui usaremos a mesma frase que resume bem. A fase expositiva é a situação inicial, é a “situação que se estabelece antes que a mágica ocorra.” Se existir qualquer dúvida sobre esta parte, não haverá experiência mágica por parte do espectador.


 


                        A ideia é trazer você para uma análise do que ocorre antes da sua mágica acontecer, como está o terreno da sua fase inicial? Pronto para firmar o espectador ou será que está deixando ele solto e perdido no que de fato ocorreu? Esse primeiro texto traz um breve panorama do que é essa tal “fase expositiva”, nos próximos dois textos você conhecerá o caminho que percorremos para realizar uma mágica. É importante frisar que o texto que você está lendo agora, é apenas uma pequeníssima introdução ao assunto, recomendo a leitura de outras obras e claro, do livro “A Tentativa do Impossível” do Ricardo Harada. Este assunto é denso na mesma proporção que é interessante, garanto que se aventurar nele será algo inovador e vai ajudar muito na sua arte.


 


-João Victor Biolchi



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